Grupo de Estudos em História do Livro Didático na Amazônia (GEHLDA)
Apresentação
O Pará se inseriu no campo da impressão e da editoração a partir da Independência do Brasil. Contudo, as nossas primeiras oficinas gráficas não imprimiam livros, visto que, eram muito rudimentares e não tinham equipamento adequado. Foi só a partir da segunda metade do século XIX, com o desenvolvimento econômico da Província por causa da era da borracha, que foi legitimada efetivamente a impressão e a editoração de obras didáticas no Pará. Nessa época, foram criadas muitas livrarias na Capital. No último quarto do século XIX, o comércio livreiro de Belém teve uma importância significativa porque os colofãos de Belém, em quantidade, vinham logo após os do Rio de Janeiro, do Maranhão, de São Paulo, de Pernambuco e de Minas Gerais (Hallewell, 2005).[1]
Moreira (1979)[2] defende que a bibliografia didática paraense da segunda metade do século XIX, voltada para o ensino primário, deixou o Estado do Pará numa posição honrosa em relação a outros Estados da Federação.
Com base nessas pistas, considerou-se importante fazer uma “garimpagem” para investigar mais sobre essas obras didáticas que deram visibilidade à Amazônia na segunda metade do século XIX e no início do século XX. Com essa motivação, e após uma investigação inicial no trabalho de tese A ordem de educar meninos na Amazônia paraense: uma análise discursiva da obra Compendio de civilidade cristã, de Dom Macedo Costa (1880 a 1915), foi criado, em abril de 2016, o Grupo de Estudo em História do Livro Didático da Amazônia (GEHLDA), coordenado pela pesquisadora Doutora Raimunda Dias Duarte, autora da tese citada.
O GEHLDA se caracteriza por meio de uma abordagem histórica e linguística. Constitui-se de duas linhas de pesquisa: 1) História do livro didático na Amazônia e 2) Linguagem, Discurso e Livro Didático na Amazônia.
A partir desse grupo de estudo, pretende-se agregar pesquisadores de diferentes áreas do conhecimento interessados em debruçar-se sobre esse objeto. Interessa investigar sobre livros didáticos de: leitura, gramática, matemática, geografia história, moral e cívica, física, química, inglês, espanhol, literatura, filosofia, retórica, desenho, contabilidade, taquigrafia, livros religiosos, entre outros, a fim de constituir e construir a história do livro didático na Amazônia. Pretende-se, com isso, dar visibilidade à produção didática na Amazônia bem como aos intelectuais que produziram obras didáticas no Pará.
[1] HALLEWELL, Laurence. O livro no Brasil: sua história. São Paulo: Editora de São Paulo, 2005.
[2] MOREIRA, Eidorfe. O livro didático paraense: breve notícia histórica. Belem: Imprensa Oficial, 1979.